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sábado, 28 de julho de 2007

E você que é feio?

Muita gente reclama que no Brasil artista não tem vez, e esse papo todo. Dizem que a culpa é do governo, das grandes empresas, do escambau. Mas a culpa, em grande parte, é também da sociedade. Eu sei que já me acham metido e coisa e tal, mas tenho que falar. A sociedade brasileira – digo brasileira por que lá fora parece que o problema é bem menor – acostumou as criancinhas na escola de que talento não existe, inspiração é coisa de fresco, e que dom é coisa de quem não sabe fazer nada da vida e quer viver cantando, desenhando ou escrevendo. Dizem que se você passar quinze anos na escola, mais cinco na faculdade, mais uns quatro em uma especialização, você vai se dar bem, mesmo que não tenha talento pra porra nenhuma na vida.

E assim as crianças crescem, fazendo isso tudo – nada contra o estudo, que fique claro. Eu mesmo faço faculdade e gosto de estudar assuntos que me competem. Pois então, hoje em dia, as pessoas acham que é válido você encher a boca pra falar que é um bom advogado(?), bom engenheiro ou um bom médico. Afinal, você passou anos com a bunda sentada na cadeira aprendendo aquilo, então, mesmo que você não tenha talento, você, até prova em contrário, é um bom profissional. Mas se você é pintor, escritor ou de alguma área artística, ai de você se abrir a boca para se proclamar um bom profissional. Ta ferrado, vão te chamar de arrogante, metido etc.

Se um sujeito se gaba de ter passado a vida inteira estudando aquela bosta e de ser um bom profissional, por que você, escritor, não pode se gabar de ser um bom profissional? Simples: por que qualquer um pode sentar o rabo lá e virar arquiteto, fisioterapeuta ou matemático. Mas e escritor ou músico? Só estudar resolve? Não, não resolve. E como você ousa ser bem sucedido em uma carreira onde não basta só estudar pra se dar bem? Por isso essa falsa humildade dos publicitários, escritores e afins, sempre se achando "mais ou menos", quando sabem que são bons. Se fossem químicos, iam encher a boca pra falar que são ótimos químicos. Quando me perguntam o que eu faço, falo que sou roteirista. "E você escreve bem?". Escrevo. Lá vem aquele olhar de "Taquilpariu, tá se achando...". Quer dizer que se eu fosse cirurgião ia poder dizer que minha ponte de safena é uma maravilha?
E isso faz com que as pessoas tenham vergonha de dizer que são competentes no que fazem. Medo de ficar tachado de metido. Por isso, você, publicitário, escritor, pintor, cantor, músico, ou Presidente do Senado, não tenha medo de expor seu talento e se auto-proclamar um bom profissional. Admita que você canta, pinta, escreve, compõe ou mente bem. Talento é talento, durma-se com um barulho desses. Mas não se sinta mal: você faz diferença. Todo ano as faculdades vomitam milhões de novos engenheiros, arquitetos, químicos, físicos, médicos, advogados etc. E todos eles, se ao menos se dedicarem aos estudos, vão ser bons profissionais. E escritor? Cantor, pintor, músico etc? É fácil assim encontrar alguém com talento? Quem tem talento pode estudar, mas quem estuda pode "aprender" talento? É que nem a história da mulher que fala pro cara que ele é gordo. E ele responde "mas eu posso emagrecer, pior você que é feia". Então, emagrecer todo mundo pode, mas e ficar bonito?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Homenagem à pessoa que eu mais amo NO MUNDO. (Antes até de mim mesmo)

"Se a rosa tivesse outro nome, teria o mesmo perfume?". Frasesinha batida de Romeu e Julieta. Sim, teria o mesmo perfume. Pois bem. Esse moleque aí em cima não é meu filho. Nem parente de sangue ele é. E também, oficialmente, não é meu afilhado. Vai entender. Ser filho de um idiota com um melhor amigo imbecil dá nessas cretinices... Mas, enfim. Ele não é nada disso que eu falei. Mas é meu sobrinho. Por queo pai dele é meu irmão. Não de sangue, por que se fosse de sangu eseria culpa só do destino. Mas irmão de alma, de escolha. Irmão que briga, xinga e come toda a comida da geladeira do outro. Mas então, esse moleque. Esse moleque é hoje, junto com o fluminense, meu playstation II e meus dois monitores, a coisa mais importante naminha vida. Esse moleque com cara de safado e falsa criança boazinha mudou a minha vida. Me fez ver que vale a pena se fuder de trabalhar, ganhar mal, fuder o estômago, o coração e a cachola, se quando chegarem casa ele estiver lá, te esperando pra dormir. O Pablo é um cara de muita sorte de ter isso.
Ele é inteligente, genial, pra ser mais preciso, alegre, simpático, charmoso, bom caráter, enfim, tudo o que eu queria que meu filho fosse. Até nos defeitos esse nanico é foda!Ele é super ativo, fala alto, não para quieto, fala palavrão, faz safadeza com os outros... Quem me conhece sabe: apesar de não ser meu filho (já falei pro Pablo, pai é quem cria...), esse moleque é o que eu era, há vinte anos! E ele me trata como se eu fosse um sujeito legal de verdade. Ele não sabe de nada, da vida, as pessoas, de nada... E é a melhor sensação do mundo ganhar um "Poxa, tio! Você sumiu, tava com saudade", e um abraço apertado, e depois o bico na canela e "vamos brincar de pirata?? Mas não pode me matar!". Eu esqueço as contas, as mulheres complicadas da minha vida, esqueço meu joelho doendo, meusalário de bosta e que amanhã vou ter que acordar cedo.
Esse moleque me faz manter a porra da cabeça no lugar antes de fazer merda, e pensar que “Ei, e se o Pedrinho me visse fazendo isso?”. Aí eu não faço. Eu sou uma pessoa muito melhor por causa dele. Por que ele me tem como exemplo junto com o pai dele. Exemplo de mau exemplo, mas tem. Eu arroto alto, ele arrota alto. Eu olho pra mulher na rua, ele olha pra mulher na rua sem nem saber por que. Não posso decepcionar esse moleque! Eu quero que ele cresça e seja como eu e o Pablo somos. Mais como o Pablo, claro. E que ele nos tenha sempre por perto, o Pablo pra ensinar coisa séria, e eu pra ensinar besteira, por que é disso que criança gosta. E é disso que eu gosto também.
Enfim, Pedrinho, parabéns, e Tio Cabide te ama, moleque. Mais do que já ame qualquer mulher na minha vida, mais do que qualquer videogame que já tive, mais do que o flumin... eer, quer dizer... é isso! Te amo muito! E você vai ser pra sempre o sobrinho preferido, o abraço mais gostoso, o beijo mais reconfortante e o único que pode me bater e manter os dentes dentro da boca... Beijo, moleque. Espero que quando você tiver a minha idade, a gente leia isso juntos, e você fale “porra, tu escrevia mal, hein! Eu faço muito melhor”. Você é o único no mundo, junto com seu pai, que eu torço pra que me supere em tudo. Beijo, moleque.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Eu me amo, eu me adoro, não posso mais viver sem mim!

Você é feliz? Ultimamente eu admito: tenho estado com sorrisos tão largos e piadinhas tão infames que alguém pode até achar que fiquei rico, ou que to comendo a Luana Piovanni. Não fiquei rico, e eu e a Luana somos só amigos, ela vai falar tudo na coletiva. Brincadeiras a parte, to feliz mesmo. O que faz um homem feliz? Uma mulher e dinheiro. E ponto. Pois então. Eu ganho uma miséria e não to comendo ninguém. Não reiteradamente. Não tenho ninguém pra me levar café de manhã, nem pra me escrever cartas de amor. Meu salário mal dá pra pagar as contas, e eu nem tenho carro. Então por que a felicidade? Simples. Por que eu tenho feito coisas que eu gosto. E que me deixam feliz.
Tenho conhecido uma pá de gente sensacional, lugares fantásticos que me cativaram tanto que to até pensando em virar mineiro honorário, e tenho resgatado antigas amizades e relacionamentos com pessoas que eu achava que me detestavam. Descobri que elas só me acham babaca, e meio metido... Antes eu achava que a felicidade vinha ou de ser rico, ou de ter alguém ao seu lado. Não é bem assim. Se tiver um dos dois, melhor, mas não tenho, e que saber, to feliz pra caralho! Como poucas vezes eu estive.
A melhor parte de ser feliz sozinho é não ter aquele medo recorrente que todos os amantes têm de ser abandonado. Quem vai me abandonar? Eu mesmo? Não, eu me amo demais pra isso. Isso sem falar que eu faço o que quero, a hora que quero, com quem eu quero, e o mais importante: SE eu quero. Conheço mulheres maravilhosas, e se quiser dar em cima delas dou, se não quiser não dou, e se não der, foda-se, amanhã é outro dia.
Descobri que a única pessoa no mundo sem a qual não consigo viver sou eu. A única. Tem mais algumas pessoas que me fariam muito triste se saíssem da minha vida, sem elas talvez minha vida ficasse muito ruim mesmo, mas nenhuma delas é uma mulher, no sentido romântico do termo. Meu sobrinho, alguns amigos, poucos parentes, meu videogame, não são muitas... Atrelar sua felicidade à outra pessoa é um erro que já cometi muitas vezes, mas parece que dessa eu aprendi. Foi um baque perder uma pessoa que durante um ano e meio foi apaixonada por mim, e um dia acordou e viu que não era bem aquilo. Eu pelo menos nunca vou acordar e não me amar mais. Descobri, nesse meio tempo, que nem todo mundo me acha babaca e me quer à pelo menos um quilômetro de distância. Não tenho que ter medo de “Oh, meu Deus, nunca mais ninguém vai me amar!”. Se não amar, dane-se, mas tem gente que gosta de mim por aí. Deve ter, o anúncio que eu botei no jornal em janeiro já deve estar fazendo efeito... Gosto de muitas pessoas, ainda vou amar algumas mulheres, eu sei, mas também sei que a minha felicidade só vai depender de uma pessoa daqui pra frente: o entregador da playboy.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Inté

Bom, pessoal, to partindo praBelzonte hoje, e só volto no sábado. Morram de saudade. Enquanto isso, leiam os posts antigos, é sempre bom. Ósculos e Anplexos.

domingo, 15 de julho de 2007

Da série: as mulheres da minha vida ou Esse é pra você!!

Antes que eu me esqueça, eu te odeio. São uma e meia da porra da manhã, e eu nunca senti tanta raiva de alguém na minha vid ainteira. E sinto mais ainda por, depois disso tudo, estar escrevendo essa merda. E sim!, você tava certa, eu queria sim que você sofresse por termos terminado uma coisa que nunca tivemos, e sim!, eu queria que você estivesse sofrendo! Mas não pelo prazer de te ver sofrer, e sim por que se você me pedisse, eu voltava na mesma hora, e esqueia as horas de conversas que tivemos sobre nós, e tudo o que eu fiz e o que você fez para que tudo terminasse bem. Por que eu não quero que essa droga termine! Não importa se eu fiquei com ela, não importa se você não liga, não importa nada!

Em quase dez anos disso, pela primeira vez vi você se deixar levar, admitir que não era só o que você achava que era. E dois dias depois você que aquilo foi um “lapso”? que aquilo não era você? Quer saber? Você nunca foi tanto você quanto naquele dia! Se fosse só o que você achava que era, não teriam os cafunés, as conversas sobre assuntos delicados e as horas ao telefone por semana. E agora, você tá dormindo, rindo do meu ataque de umas horas atrás, e eu aqui, te escrevendo essa bosta.

Você é uma das pessoas que mais gosto de conversar. Nunca falta assunto, nós nunca concordamos, e, até essa semana, sempre foi tudo tão leve, tão prazeroso e sem rusgas. Sem culpas, sem fingimentos adolescentes ou falsas crises pseudo-maduras. Sem meias palavras, sem meios atos, sem meias vontades. E eu esperava, sinceramente, que uma hora os desencontros iam acabar, e tudo ia ser resolver, e poderíamos ficar juntos por mais de trinta minutos uma vez na vida. Juro que eu tinha. Mas depois da atitude que você tomou essa semana, e você sabe do que eu estou falando, perdi as esperanças. Tamanho desapego só me fez acreditar que o que você queria era mesmo o que tínhamos. Não mais, talvez menos, talvez em outras circunstâncias. Mas não mais. E perdi tanto as esperanças que fiz o que, dias atrás, tinha certeza que não faria.

Te conheço, e sei que nesse ponto, você tá rindo, achando que me arrependi e pensei rápido em uma desculpa. Mas não, nem me arrependi, nem é desculpa. Você sabe o que eu queria, sabe o quanto eu teria esperado, e sabe o quanto eu estava disposto a correr o risco de esperar em vão. Ao menos eu teria escolha. Por que você foi a minha quarta namorada. A que eu nunca namorei. Mas que já passou mais tempo comigo do que algumas delas. Você é a pausa na minha resposta, quando perguntam “com quantas mulheres você já namorou?”. Ou a confusão na minha mente pra pergunta sem resposta “quantas mulheres eu amei na minha vida?”.

É isso. Juro que esse texto tava aberto há semanas, e não saía nada. E pro seu azar, saiu agora. Com toda a raiva que eu to sentindo. Não to nem aí se você vai rir disso, e sua vida vai seguir sem mim como sempre foi, ou se você vai me ligar e berrar comigo. Não faz mais a mínima diferença. Não faz mais, mas já fez muita. Ah, e só pra você ficar sabendo: eu teria esperado.

p.s.: pronto, chega de textos pra mulher nessa porra. Até por que, essa merda não é um diário, é um blogue. Chega, já deu o que tinha que dar, já me trouxe os problemas que tinha que trazer. E quem me dera ter tanta mulher assim. Licença poética, pessoal, bota entre aspas no google que você vão ver do que to falando. Voltamos agora à programação normal.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

À amiga

Eu sei que chamar uma amiga mulher de amiga, assim, como vocativo, soa meio aviadado, mas é por que não posso dizer quem você é. Nem preciso. Não compete a ninguém. Só a você e a mim. Pois bem. Como as pessoas mudam de posição na nossa vida. Ontem você estava na minha cama. Semana passada estávamos choramingando amores findos, esses tipos de coisa, um para o outro. Há alguns meses, nem nos conhecíamos. Hoje, um dia depois da cama, falamos novamente sobre corações partidos e mágoas passadas, e prováveis mágoas futuras.

Você é minha amiga. Daquelas pra quem a gente não tem vergonha de chorar, de mandar se foder por que falou a verdade na nossa cara. Daquelas que você confia tanto que não tem vergonha de dizer de repente “ei, sabia que eu quero você? É, parei pra pensar nisso”, e ela responde que também quer. Mas tudo isso sem cobranças, sem chateação e sem culpas idiotas e hipócritas. Do meu lado na cama você não era minha amiga, nem era mulher. Era minha amiga mulher. Era os dois. E não era nenhum.

Foi ótimo, por que você, quando me tem como homem, me trata como o amigo, que você gosta, confia e respeita. Você transfere para o homem, as qualidades do amigo. Como se eu fosse isso de verdade. Não sou, mas você acha que eu sou, tanto e com tanta força, que quase me convence quando me diz que eu sou interessante, legal ou sensível. Até sou isso tudo, mas como amigo. Como homem, nem sempre. Mas você, idiota, não vê isso. Você, idiota, achou que do seu lado na cama estava o amigo, e não o homem. E me vi na obrgiação de absorver do amigo-eu, as qualidades que você esperava encontrar no homem-eu.

Idiota. Você é tão idiota que pensou que eu não queria só ir pra cama com você. E acha até hoje. Tão idiota que achou que eu ia te tratar como mulher, como eu tratava como amiga. E eu, idiota, não queria mesmo só ir pra cama, e, ainda idiota, te tratei como mulher, da mesma maneira que tratava como amiga. É isso, amiga. Adoro você, nem precisava dizer isso. Mas sabe o que eu mais adoro em você? É que você me faz desejar que todas as mulheres do mundo sejam idiotas como você. E, mesmo que não seja comigo, continue idiota pra sempre. E minha amiga mais pra sempre ainda. E sempre que quiser ou precisar, minha cama vai estar a disposição, e você não vai ter nela o homem, e sim o amigo. O problema depois é que o homem e o amigo têm o mesmo cheiro, e ele teima em não deixar as roupas das pessoas tão cedo....

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sinal dos novos tempos

- COMO ASSIM VOCÊ JÁ TRANSOU COM UMA MULHER?
- Como assim “como assim”? Transei transando, quer que eu desenhe?
- Olha só, quinze minutos sem gracinha, tá?! A última coisa que eu preciso a essa altura do campeonato é piadinha sem graça...
- Tá bom então, vamos dissertar sobre “O sexo entre mulheres: suas variações e seus desdobramentos”.
- Vai se foder, Mariana, porra! To falando sério! Se põe no meu lugar!

Duas crianças passam atrás deles correndo atrás de uma bola.

- No seu lugar? Não dá, desculpa, não vejo uma atitude idiota e preconceituosa como essa há uns... cem anos!
- Antiquado? A garota que eu to saindo acaba de me falar que já transou com uma mulher, eu fico curioso, e sou antiquado?
- Primeiro: curioso não, você fez – e ainda ta fazendo – um escândalo; Segundo: uma não, três.
- Porra!, três? E você vai me contar agora ou vai esperar mais alguns minutos pra falar que tinha algum pequinês ou algum jogador de basquete vestido de colegial na história?
- Vai se foder...
- Sério, pelo amor de Deus agora! Sério!
- Sério o que? Você acha que eu to brincando? Meu Deus, como eu fui capaz de tirar sua virgindade?! Todo castigo pra corno é pouco...
- Achar não acho, mas espero muito que esteja.
- É, mas não estou, é sério.

As crianças voltam atrás da bola.

- Ma-Mas como, por que?
- Bom, Pedro, “como” é muito complexo pra um semi-virgem como você, depois te mando uns gráficos de Excel com umas animações... E quando, deve ter uns sete, oito meses. E por que, tenho a ligeira impressão de que “por que eu quis” não vai te satisfaze...
- Então já que você sabe, pode continuar...
- Ah, Pedro, quer saber, meu bom humor acabou! Chega disso. Se quiser entender, entender, se não quiser, procura alguma carolinha virgenzinha como você.
- (Gritando) Porra, Mariana! Dá um tempo! A gente ta ficando, você foi minha primeira mulher, a gente tem se dado bem pra caralho, e agora você vem me dizer que já transou com uma mulher???

As crianças estão paradas agora, atrás deles, fitando Pedro e prendendo o riso.

- (Gritando e gesticulando com as crianças) O que foi, porra?! Saí daqui!!

Mariana ri, gargalhando. Quando percebe que Pedro está realmente irritado, força para parar de rir.

- Dá pra explicar logo, Mariana?
- Pedro, é o seguinte: eu tava meio desiludida com homens e tal, e rolou... Mas eu vi que não era isso que eu queria.
- E precisou fazer três vezes pra ver que não gostava???
- (...)
- E como uma mulher transa com uma mulher? Beijar, lamber, etcétera até vai, mas transar? Não dá!
- Porra, você é muito mais idiota do que eu pensava. Muito mais. Claro que dá imbecil! Transar não é só o que você pensa. Tem todo um clima, toques e tal...
- Ah é?! Então, senhora Mariana, sinto lhe desapontar, mas eu não era virgem. Todo dia eu ia roçando na minha vizinha gostosa no ônibus: mó climão, altos toques... Então eu já comi minha vizinha! Só acho que ela não vai gostar muito de saber disso não...
- Putaquepariu... Quer saber? Enchi dessa sua babaquice, não quero um cara que pensa assim do meu lado. Não to acreditando que tirei a virgindade de um idiota como você! Vai se foder!
- Mari, desculpa, desculpa. Foi mal mesmo, é que porra, é foda pra mim. Eu te amo.
- Pedro, eu também te amo. Mas se você tivesse falado que já transou com um cara, eu só não ia querer que isso acontecesse enquanto estivéssemos juntos. Só isso.
- Ta bom então, vamos esquecer isso, okay?
- Como se você fosse conseguir...
- Claro que consigo... Só mais uma pergunta: você comeu ou deu pra elas? Bom, eu tenho que saber, vai que você comeu e vai querer se engraçar comigo também...
- (sarcástica, estendendo o dedo médio para Pedro) É, até por que, eu até poderia me engraçar com você, do jeito que você é tapado, ia achar normal e ia até gostar...

Pedro faz cara de enfado. Eles se abraçam, se beijam e saem andando. As crianças ao fundo, batendo palmas e jogando a bola pro alto.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Que inveja

"Dizer que seja eterno enquanto dure é como dizer que estarei feliz só por um dia ter acontecido.Tudo bem que isso não deixa de ser verdade, mas preciso admitir que vai bater uma saudade imensa, que vou esperar sua janelinha subir aqui no MSN, e ficar indo e vindo do quarto, só pra fingir surpresa se por acaso você falar comigo.E se alguém vier me dizer que você está com outra pessoa, lê-se na época : KENGA, vou fingir indiferença e falar que desejo apenas que seja feliz!O que hoje é normal, vai passar a ser motivo pra esse coração aqui acelerar: Se me chamar de Lu, já vou me achar íntima denovo, no sinônimo mesmo de amor e ficar na esperança de receber flores e cartão com um pedido de desculpas por ter sido tão bobo ao ponto de me deixar.
Mas eu vou te perdoar, me fazer de difícil sim devido ao meu IMENSO orgulho e me desesperar se você disser que tudo bem se eu não te perdoar.Não tem que estar tudo bem!Desespere-se como eu, chore como eu chorei e corra atrás de mim como eu quero.Vou colocar no nick que estou doente, que morri, que estou triste, que o papagaio do primo da vizinha da minha tia que mora em Caxias caiu da gaiola e eu quero que você venha me perguntar se estou bem, se eu quero conversar sobre isso a frente de uma mesa com duas velas, um jantar , um vinho ( já posso até ouvir o som dos violinos ).Uma mensagem no meio da noite dizendo que sente saudades, ou revelando a brincadeira de péssimo gosto que foi simular um término de namoro.
Envolver amigos, parentes e atores convidados nisso, não foi nada bonito.Mas tudo bem, você nunca foi tão bom com as idéias, o que vale é a intenção!Mas chega de trabalhar com um futuro improvável.Afinal, quem é que quer perder alguém que dedica tanto amor, atenção e faz tanta coisa pra te fazer feliz?Você já viu que sua vida vai ser infernal sem mim né? Então acho melhor nem cogitar a hipótese de terminar comigo.Deixa que eu fico com o relógio e digo até que horas vai a nossa eternidade.Vem aqui, diz que me ama e que também não viveria sem mim."

Bom, os mais espertos que perceberam as aspas já sabem: o texto não é meu. Mas é tão bom que parece que é! Bom, quase, né.... É de uma menina chamada Luise. E, pasmem, ela tem dezessete anos. Pra você ver... Achei que merecia que eu botasse aqui. É o primeiro texto do blogue que não é meu, tirando os clássicos, Drummond, Vinicius etc. Ah, e fiquem tranquilos, meus textos vão voltar logo após os comerciais. Até por que, quando ela começar a escrever melhor que eu, vou ter que matar ela e todos os amigos e familiares dela, pra não ter prova disso, aí eu paro de botar texto dela aqui. Por hoje é só, pessoal. Morram de saudade de mim, até por que, quem comentar pedindo mais texto dela, além de sumariamente ignorado vai ter bloqueado pra comentários do blogue.