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quinta-feira, 22 de março de 2007

"Wake up, Neo"

Depois de toda grande decepção, tem sempre um dia, um só, pra algumas pessoas, como eu, um único momento, em que tudo muda. Um momento em que você acorda. Alguém te olha diferente, uma atitude sua ou de outra pessoa, uma música, ou uma simples tarde de reflexão podem causar isso. É o momento no qual você percebe que sim!, pode viver sem ela. Você tinha certeza de que jamais poderia viver sem tê-la ao seu lado, que sem ela você não era ninguém. De repente, você acorda e pensa “que merda é essa? Claro que posso”.
Você percebe que fez o melhor, que deu o melhor, que foi o melhor que podia ser. E que se ela não quer, paciência, não há de ser nada. Você fez o seu papel. Vida que segue. Você acorda e vê que não é tão ruim quanto pensava, e que você não só não teve culpa como não tem da indiferença do presente. Indiferença essa que, pela primeira vez, quando se acorda, será recíproca.
Cada um para um lado. Pela primeira vez em quase um ano, você ficou um dia sem telefonar para ela. E não morreu. Nem chorou o dia todo. Se ela não chora, e não morre, por que você haveria de fazê-lo? Muito pelo contrário: o dia terminou e você não tem vontade de ligar. Nem vai ter amanhã. Você acordou. Ela que arrume outros abraços, outros beijos, outros textos, outras lágrimas, outro amor. Não tão intenso e sincero quanto o seu. E ela tem consciência disso.
E pode ter certeza, se você hoje sente falta dela, em algum tempo ela sentirá muito mais, por que abriu mão do homem mas perdeu o amigo mais sincero que já teve. O amigo que estava lá sempre, para o que desse e viesse, para comprar briga com o cão se fosse preciso. E você vai perder não a amiga de antes, mas a pessoa cuja imagem atual você guarda: da pessoa carinhosa, meiga e atenciosa, que um belo dia, te trata como um estranho, um zé-ninguém sem a menor importância na vida dela. E desse tipo de tratamento, não há quem sinta falta.
É isso. Você acordou. O sol nasceu, choveu, seu joelho ainda dói e seu chefe ainda grita. O mundo não parou, como você desejava há algum tempo atrás. Ainda bem, por que agora que você acordou, tudo o que você quer é que o mundo continue girando e girando, por que nada como um dia após o outro, e, um dia, você encontrará um amor do qual não precise acordar mais.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Amigos, amigos.....

Até ontem, quando alguém puxava uma discussão sobre se o amor, ou um mero envolvimento mais, digamos, íntimo, estragava ou não uma amizade, eu defendia ferrenhamente que claro que não!, pelo contrário, por que a intimidade aumenta, e duas pessoas que já se gostavam, agora estão mais próximas. Eu era execreado, massacrado, ninguém concordava comigo. Hoje, muito a contragosto, tenho que admitir: mudei de idéia. Quer dizer, não exatamente. O relacionamento em si não estraga nada, muito pelo contrário. Mas, quando o relacionamento termina, ou o amor de um dos dois chega ao fim, aí começa a confusão.
Me diz, camarada, como que fica vendo filme do lado da amiga-ex-namorada-que-não-te-ama-mais sem pedir um beijo? Como que vai ao cinema com essa criatura sem sussurrar "eu te amo" ao pé d'ouvido? Me diz, nobre camarada, como faz pra ir na casa dela fazer uma visita e não falar "puta que pariu! Como você não sente saudade de mim? Como você não me ama mais? Como, como assim, você tá sem mim há duas semanas e não tá louca de vontade de me agarrar, tirar minha roupa de falar que me ama, merda?!". Me diz, camarada, como que faz!?
E se a gente cai em tentação em faz isso, como que faz pra não deixar a culpa consumir uma pessoa que, de uma maneira ou outra, ainda gosta de você? Como que faz pra não incomodar, pedindo pra voltar o tempo todo, falando que ama o tempo todo, chorando de saudade a porra do tempo todo? E como que faz pra não atrapalhar a vida da pessoa que você ainda ama? E se algum dia você a vir com outro, como que faz pra não quebrar a cara do sujeito, pegar ela no colo e mandar subir a trilha e o "the end"? Não faz. Eu, pelo menos, não consigo. Se alguém aí consegue, por favor, cartas para a redação. Então, da próxima vez que você se apaixonar por uma amiga, garanta que vai ficar com ela pro resto da vida, por que periga perder o amor e a amiga. E ainda rimou...

domingo, 4 de março de 2007

Bia, não leia esse post

Esse texto não é pra você ler. É só pra exercitar meu ego, e também pras pessoas acharem fofinho e comentarem bastante. Te fiz uma promessa, falei que não ia mais te pedir pra voltar nem falar que te amo. Não vou. Por isso, não leia esse texto. Caso você leia, não terei quebrado a promessa. O blogue é meu, você tá lendo de fofoqueira que é.
São meia noite e meia. O telefone tá na minha frente, me olhando, pensando “hahaha! Não toco, não toco, não toco!”. E não toca mesmo. Atualizo a página da internet a cada 7 segundo pra ver se tem recado seu. Não tem. Fico de olho na janelinha, pra ver se ela sobre trazendo seu nome. Sobe nada. Daqui a pouco vou dormir, e acordar de manhã correndo pra ver a janelinha, o telefone e a página, que não vão subir, nem tocar, nem ter recado. Me sinto impotente: tenho uma merda de um celular caro pra cacete, um computador com dois monitores e a última versão do diabo do programa de conversa instantânea, e não posso obrigá-los a me dar notícias suas. Pra que eu tenho essas bostas, então? Não servem pra nada! Esse raio desse celular que deve fazer até café e buscar as crianças na escola não consegue trazer você de volta?
E essa merda desse tempo que nem fazer você sentir saudade consegue? Se eu fosse ele, te pegava pelo pescoço, esfregava sua cara em uma foto minha e falava “olha bem! Ele te ama e tá morrendo de saudades! Agora anda logo, sente saudade e liga pra ele dizendo isso agora!”. Mas ele não faz. A única coisa que ele faz é aumentar ainda mais a minha saudade. Ele podia dividir ela com você. Mas não. Ele não faz isso. E por que sua cama não se nega a deixar você se deitar nela sem mim? Pelo menos sem eu estar sentando na beirinha dela fazendo massagem nos seus pés? Por que seu telefone não me liga sozinho, só pra eu ficar achando que foi você e conseguir dormir um pouco? Por que eu não crio coragem e digo “volta pra mim, sua idiota! Maluca de uma figa! Volta pra mim por que eu sei que você sente saudades! Eu sei que você sente falta! Eu sei que, às vezes, você não queria que a sua cama deixasse você deitar sem mim, que seu telefone me ligasse sem querer e que o tempo te obrigasse a me ligar nem que fosse pra dizer que lembrou de mim! Volta pra mim, merda! Você pode até estar confusa, mas você tá sentindo minha falta, droga!”. Por que não falo isso? Por que? Por que tenho medo de nada disso ser verdade. E por que te prometi ainda agora que nunca mais falaria isso. Por isso eu não falo.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Diga "foda-se" ao aquecimento global!

Eu nutro uma antipatia ímpar por textos que começam com perguntas, mais ainda perguntas vagas e existenciais. Mas vou abrir uma exceção. Aliás, nem vou, por que o texto já começou mesmo. Então, segue minha implicância e vamos ao que interessa.
Por que o amor acaba? Não me refiro ao amor que acaba por que começa outro. Me refiro ao que acaba por que acaba e só. Pessoas se conhecem, se apaixonam, se amam, são felizes, e numa bela noite de luar, “não te amo mais”. Alto lá, cara pálida! Como assim? Me amava ontem e hoje não ama mais? E o pior é que para a pessoa que não ama mais, tudo isso parece muito natural. Mesmo pessoas que já estiveram do outro lado se esquecem disso, e incorrem nisso. Te amam hoje, não te amam amanhã, e não te ligam por semanas. E se você ligar, periga a pessoa estar se divertindo e “o que??? Fala alto que a música tá altaaaa!! Olha, depois te ligo!!”. E não liga. E você fica puto, por que a importância que você tinha anteontem, hoje foi transferida para a inadiável necessidade de se divertir longe de você. Como se você antes fosse um empecilho para a felicidade.
A pessoa nem faz por mal. Ela só não te ama mais. E você ainda ama, mas o que ela pode fazer? A felicidade dela agora não depende mais de você. Aliás, depende sim. Depende de você não ligar mais e parar de encher o saco. E quanto mais a pessoa pede pra não ligar, mais vontade dá de ligar. E você fica, como eu, o tempo todo inventando motivos idiotas pra ligar pra ela. “Sabe aquele cotoco de lápis que eu esqueci dentro da sua bolsa de praia, no carnaval do ano passado, em Iguaba? Então, to precisando dele. Não, precisa ser hoje não. Liguei só pra você guardar ele pra mim”.
E quando a pessoa não atende? Amigo, é o inferno. Você imagina as maiores atrocidades que um ser humano é capaz, e liga duzentas vezes em cinco minutos, mas quando ela atende e “poxa, tava na piscina e esqueci o celular no quarto”, você pensa que é claro, por que mais ela não te atenderia? E você vai pro banho, leva o telefone, vai na montanha russa, leva o telefone, vai jogar golfe, leva o telefone, e ela nunca que liga. Mas você anda com o diabo do telefone pra cima e pra baixo, afinal, vai que ela se arrepende e liga, e você não atende, e ela desiste? É melhor não correr o risco. E se você liga e ela tá com pressa, você já acha que ela já tem outro, e se você liga e ela é só educada, você já enche o saco querendo voltar.
E meu Deus, como ela consegue se divertir sem você, enquanto você está em casa tendo um ataque de ansiedade se controlando pra não ligar pra ela? Como ela pode ir pra praia enquanto você tá no trabalho pensando nela e esperando ela ligar? E como ela pode!, como ela pode?, ficar com outro cara? Ele não é estiloso como você, não escreve bem como você, nem é tão romântico, carinhoso ou engraçado como você? Deus!, como ela pôde? E como ela pode fazer carinho, rir com ele, e como ela pode, como ela teve coragem, de deixar esse crápula brincar com o cachorro dela? Que mundo injusto.
Ao invés de ficar se preocupando com aquecimento global, guerras, crianças morrendo na África ou racismo, por que os governantes não dão um jeito de proibir as pessoas de deixarem de nos amar? Garanto que iam ter muito mais apoio e iam conseguir muito mais votos. O meu pelo menos já é certo.