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sexta-feira, 29 de junho de 2007

A diferença entre a realidade e a ficção, é que a ficção faz muito mais sentido

Ultimamente tenho tido alguns, digamos, problemas, com relação aos meus textos. Não problemas técnicos, nem de opinião pública, pelo contrário. Mas problemas com respeito ao conteúdo. Explico melhor. A priori, numa olhada rápida, quem lê meus últimos cinco textos aqui pode pensar que eu estou apaixonado por três mulheres diferentes. A ex, do texto “homenagem...”, a menininha ruiva, do “A menininha ruiva” e a do telefonema, em “a mesma lua”. Mas quem me conhece sabe que não é bem assim. Pelo menos essa era minha ilusão. Ultimamente várias - mas quando digo várias, não são duas, são várias – pessoas têm me questionado a respeito. “Como assim, ela quer voltar?”, “O que? Você ainda gosta dela?”, ou “Porra, você gosta da ex, a outra ta com saudade mas você ainda tem essa fixação na ruiva?”. Teve até mesmo um “como assim, pensei que eu era o único caso incubado da sua vida?”. Esse, inclusive, me rendeu um olho roxo e uns bons dias de discussão...
Mas vocês devem estar pensando que essas pessoas estão certas, ora bolas!, afinal, eu escrevi mesmo aquilo tudo. Muita hora nessa calma. Escrever escrevi, sim, mea culpa. Mas daí a tudo o que ta escrito lá, ao pé da letra, ser verdade, são outros quinhentos. Eu não sou um documentarista, muito menos repórter policial. Sou um cronista e, agora, roteirista. Vivo de escrever, e na maioria das vezes, “enfeitar” a realidade. A realidade, acreditem vocês, é muito chata. Esse é o nosso papel. Torná-la mais agradável, mais dramatúrgica, dar mais sentido a ela, ou, como eu costumo dizer, fazer a realidade parecer real.
Pois é, por que na verdade, o diálogo do “a mesma lua” foi meio truncado, sem pé nem cabeça, eram uma da manhã e meu pensamento já estava meio comprometido por algumas cervejas. Mas se eu falasse isso ia ficar chato! Então, eu tornei a realidade bem mais “real”. E dos outros dois textos, o que mais se aproxima do real é o da menininha ruiva, por que a única coisa que tive que fazer foi mudar a ordem de alguns fatos, coisa e tal, pra dar um ar de verdade à verdade, se é que vocês me entendem. A realidade não faz o menor sentido. A ficção sim, na ficção tudo se encaixa, e em uns minutos de leitura, ou em duas horas de filme, tudo faz sentido!
E chega um ponto na vida de um escritor, onde isso se torna inconsciente. Enquanto as coisas acontecem, a sua cabeça já vai vendo tudo muito mais redondo, mais romanceado, e quando a gente para pra escrever, é tudo tão real na nossa cabeça que aquilo vira realidade pra gente. E a gente reescreve a realidade do jeito, que admitam vocês ou não, VOCÊS, leitores, gostariam que ela fosse! Quem gostaria de receber um telefonema bêbado, dizer meia dúzia de besteiras e não lembrar da conversa no dia seguinte? Ou resumir sua história com alguém a um mero “a gente sempre quase fica juntos, mas nunca rolou”. Alguém ia ler isso? O pulo do gato é escrever de modo a fazer o sujeito pensar “putz, isso é muito foda, mas podia ter acontecido comigo de tão real!”. Mas não, não podia, a realidade não é tão real assim. Mas você lê, e acha aquilo muito real, tanto que poderia acontecer com qualquer um, e levanta da cadeira, ou sai do cinema, achando aquilo legal, por era “real”, mas ao mesmo tempo fantástico. Não sou um mentiroso, nem um esquizofrênico. Só ajudo as pessoas a enxergarem a realidade com outros olhos, e ajudo a realidade a ser muito mais real, e cá entre nós, muito mais interessante...

Post Scriptum: Até nesse texto aqui eu dei uma romanceada: não ganhei nenhum olho roxo e não ava bêbado quando recebi o telefonema. Eu nem bebo. Mas não ficou muito melhor assim?

domingo, 24 de junho de 2007

A mesma lua

- Alô? Pedro?

- Oi, quem tá falando?

- Eu, a Leca. Tudo bom? Voz estranha

- Tudo bem tá sim, mas a voz estranha deve ser por que você tem namorado, a gente nãos e fala há semanas e sõ meia noite...

- Ah, é, hehe. Mas e aí, como você tá?

- Bom, Leca, to bem. Tudo indo. Mas por que você ligou? Cadê seu namorado?

- Tá vindo me buscar em meia hora. Só liguei por que tava pensando em você agora...

- (...)

- É, então, tava ouvindo a nossa música. Aí lembrei de você. Deu uma saudadezinha boba. Sabe, uma saudade boa, fiquei aqui ouvindo, pensando em você...

- (...)

- É, aí deu uma saudade, uma vontade de te beijar, te abraçar. Lembrei muito da gente com a música.

- Bom, er... tá, mas, e aí, como você tá?

- Pedro, é sério.

- Porra, Leca, eu sei que é sério, mas o que você quer que eu diga, caralho?! Você tem namorado, ele tá chegando aí em vinte minutos, seus pais adoram ele, ao contrário de mim, você vai casar em uns meses e, como você mesmo diz, você nunca esteve tão feliz! O que você quer que eu fale, Alessandra??

- Pára de falar assim comigo, e de me chamar de Alessandra. Não falei nada demais.

- Nada demais? Nós terminamos, ou melhor, eu terminei com você há sete meses, você tá namorando o “Principe encantado”, vai casar, tá feliz, já falou que errou em tentar voltar comigo e tal... Aí de repende você e liga “com saudades e vontade de me abraçar e me beijar”? É, nada demais mesmo. Eu que to ficando maluco.

- (...)

- Tá, foi mal. Eu também sinto falta. Muita. Já te falei que me arrependi do que aconteceu, e que sinto sua falta. Você deve estar gargalhando me ouvindo falar isso...

- Pedro, claro que não. Mas já falei que to feliz assim.

- Feliz? E tá me ligando uma da manhã, dizendo que tá pensando em mim, que tá com saudade e quer me beijar e me abraçar, e me diz que tá feliz? Porra, se não tivesse então...

- Eu to, mas deu saudade. Só isso.

- Só isso? Você tem namorado e sente saudade de mim?

- É...

- Então tá bom. Eu também sinto sua falta, muita. Também lembro de você, e também penso em como poderia ter sido diferente se eu tivesse tentado mais...

- Quem disse que eu penso nisso?

- Precisa dizer, Leca?

- Bom, Pedro, é isso. Vou lá, sabe, o Mauro deve estar chegando. A gente se fala. Amanhã eu te ligo. Mas que eu to morrendo de saudade, eu to.

- Tá. Mas posso pedir uma coisa? Se essa saudade for só pra masturbar seu ego e ouvir que eu também sinto falta, de que eu me arrependi, precisa ligar mais não. Mas se for de verdade, liga sim. E se mudar alguma coisa, me fala. A gente dá um jeito

- Mudar o que, Pedro?

- Nada, esquece. Se mudar, você vai lembrar e me falar...

- Bom, tá bom então. To indo. Beijos, saudade.

- Beijos. E se cuida. Se precisar de alguma coisa pode ligar, tá?!

- Tá, beijos.

- Beijo.

E agora, pensavam a mesma, e viam a mesma cena. Ela, sentada no carro do namorado; ele, sozinho no portão da casa onde acontecia uma festa. Ambos olhavam a lua, e se sentiam unidos por estarem vendo a mesma coisa, mesmo não estando. Ele tentava adivinhar o que se passva na cabeça daquela louca. Ela também tentava. E assim como antes de se beijarem pela primeira vez eles já sabiam que iria acontecer, eles agora, de alguma maneira, sabiam que ainda iriam, algum dia, de algum modo, contemplar essa mesma lua, juntos. Essa mesma lua que já presenciou beijos, brigas, carícias, conversas, agora tinha que dividir sua atenção, pois era observada de dois lugares diferentes, mas que compartilhavam dos mesmos pensamentos, sentimentos e desejos. Mas essa lua triste também sabia que, um dia, ainda iria vê-los olhando para ela juntos, e iria sorrir quando, juntos e abraçados, ele falasse, corroborando o bom entrosamento e o bom humor que sempre tiveram:

- Que cara de pau! Você no carro do seu namorado pensando em mim? Eu pelo menos mandei as meninas saírem da cama pra eu pensar em você sozinho....

- Palhaço, hahahahahahahahahah.

Close nos dois. Eles se beijam. Fade out deles até o céu, onde a câmera vira para o outro lado e vemos a lua. A lua mais bonita e brilhante que eles já viram. Ou melhor, a lua mais bonita e brilhante que já olhou pra eles...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Mentiras sinceras me interessam

Eram um casal normal, na medida em que ninguém é normal mesmo... Tinham suas qualidades, seus defeitos, como todo mundo. Se conheceram uns dois meses antes desse episódio ocorrer, e logo começaram a namorar. Fora uma paixão avassaladora. Como todas as paixões. Ele era um doce canalha, desses que fala palavrão por aí, tem tiradas machistas, mas é um romântico que, entre quatro paredes, derrete qualquer uma. Ela, havia tido um passado um pouco duro, que a havia feito se acostumar a homens broncos e frios, mas que agora se derretia diante desse cara com jeito de moleque que havia cruzado o caminho dela. Se davam muito bem. Se entendiam, se tratavam de uma maneira quase utópica. Se amavam e se abraçavam e se beijavam o tempo todo.

Porém, havia um porém. Esse porém, porém, era realmente um problema: ela havia feito algumas coisas da qual não se orgulhava tanto no passado. Havia traído alguns ex-namorados, por motivos alheios que não vêm ao caso. Nada demais, nada escabroso demais, porém, era, definitivamente, um porém. Ele, por sua vez, nunca havia feito isso. Era um canalha de mão cheia. Quando solteiro. Quando enamorado, virava um paspalho sem tamanho. Fazia até textos com palavras como paspalho, enamorado e mão cheia em homenagem à namorada.

Onde está o problema?, vocês me perguntam. Ei-lo: essa pequena diferença de atitudes passadas causava uma espécie de distância moral entre eles. Pelo lado dela, um sentimento de que fizera algo errado e não era digna do amor dele, e por isso, vivia se desculpando e era muito insegura do amor que ele tinha por ela. Pelo lado dele, é até engraçado. Era um rebelde: não um desses babacas que fazer piercings até no dedão do pé. Um rebelde politizado. Escrevia com fina ironia, não se vendia, não ligava pra nada que ninguém falava e não era nenhum modelo de ética e virtude, cá entre nós. Muito pelo contrário. E isso causava nele um certo desconforto. Como uma menina tão linda e meiga como ela poderia ter feito, uma vez na vida sequer, algo pior que ele? Como alguém como ele poderia ter uma “superioridade moral” com relação a quem quer que fosse? Isso sem falar que o incomodava a insegurança dela, se achando pouco merecedora de seu amor. E ele, lançando mão de toda sua idiotice habitual, resolveu resolver o problema:

- Amor. Tenho que te contar uma coisa: eu traí a Gesilêide. É, minha ex-namorada, essa mesmo. Traí, e não tinha coragem de te contar.... Achei que você podia pensar besteira. Pronto, contei, toma sua decisão, eu vou entender...

Ele sabia que ela não o largaria por isso, mas não sabia, a partir daí, o que aconteceria. Jamais traíra Gesilêide, a tratara como uma princesa, uma santa. Jamais a traíra sequer em pensamento. Mas decidiu inventar pra tentar solucionar o problema. E inventou. Ela ficara furiosa, achando que ele tinha mentido para ela esse tempo todo, que ele era um santinho do pau oco!, que nunca acreditou na virtude dele mesmo! Onde já se viu? Um cara com 26 anos que nunca traiu?! Logo vi que era tipo! E ficou alguns dias assim. Meio triste, meio decepcionada. Depois de uma semana, ela o perdoou e fizeram as pazes. Isso foi há vinte e sete anos, seis meses antes de se casarem. E hoje, depois desse tempo todo, ele jura que a relação deles é perfeita. Eles se tratam de igual pra igual. Ninguém acha que não é merecedor do amor do outro, ou que o outro está lhe fazendo um favor em amar tamanho monstro nem nada disso. Se amam da mesma maneira, e são amados da mesma maneira. E ela nunca jogara aquilo na cara dele. Nunca. Agora, porém, havia outro porém: a culpa agora o consumia. Como podia ter mentido para uma pessoa tão condescendente e compreensiva? Definitivamente, hoje ele percebera isso enquanto lembrava dessa história, ele não merecia o amor dela...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Jabá mais do que merecido



Minha Gente, seguinte: vou abrir uma excessão e fazer um jabá muito mais do que merecido. Tem um sujeito aí, tal de Popó... Pois é, o Popó foi meu professor na faculdade e hoje é um amigaço, que sempre me atura no msn. Pois então, ele tá de saco cheio dessa vida de publicidade, mulherada, muito dinheiro, ir pra Búzios de graça, essas coisas que enchem o saco de qualquer um. Então, o cara além de Diretor de Arte Marajá é músico, e é aí que entra o jabá. As músicas dele são do caralho, todas elas, tendo a "beijinho" conquistado minha preferência. Então, minha gente, e ele tá participando de um prêmio do MultiShow, e as duas bandas que ganharem vão tocar ao vivo no Circo do Edgar. E como eu tenho, fiéis, cento e vinte e oito mil acessos/dia, pensei que vocês poderiam dar uma força, afinal, não posso deixar de zoar aquela cara de sequelado ao vivo na tv, rs. Então, é só clicar aqui e votar. Pode votar quantas vezes quiser, mas cada uma tem que ser em um e-mail diferente. E quem quiser conferir as outras músicas dele, a vontade, por aqui. Vamos dar uma força, o cara manda bem. Então, é isso. Voltamos a nossa programação anormal.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

A menininha ruiva

Duas da manhã, programação adulta na TV e pouco sono. Uma combinação péssima pra se parir um texto. Só sai besteira. Mas tem um assunto no qual eu venho pensando insistentemente. Uma coisa que eu tenho certeza que quase o mundo inteiro compartilha comigo. É o famoso e execrado tesão incubado. Perái, não é só por que eu sem querer tava zapeando e parei a TV num canal para maiores que vou falar sacanagem. Não to falando de tesão incubado no sentido carnal. To falando do sneitdo amplo. Calma, gente, eu explico. Tesão incubado aqui seria aquela pessoa que faz parte do seu passado, mas que sempre fica um clininha, uma lembrancinha, um sorrisinho de canto de boca quando ela liga a webcam e você se lembra por que você achava o sorriso dela tão lindo. Aquela pessoa que, tendo tido alguma coisa co você ou não, deixa sempre a imperssão de que falta alguma coisa a se resolver. E, na maioria dos casos, o sentimento é recíproco.

Tenho também o meu. A minha, que fique bem claro. A conheci faz alguns anos. Uns seis, eu acho. Logo de início, uma finidade enorme se fez presente. Conversas que duravam horas e um prazer pela companhia do outro que só crescia. Tudo bem, tudo bem, muito mais prazer na companhia dela do que ela da minha. Na época ela tinha namorado. A partir desse momento até a presente data, começaram os desencontros. Comecei a namorar e ela, depois de um mês, terminou o namoro. Ficou solteira meses e meses. Enquanto isso sempre nos falávamos. Até que meu namoro terminou e, em duas semanas, era ela quem começava a namorar. Durou pouco tempo, e logo terminou. Ambos solteiros, era a hora de resolver o impasse! Quem me dera... Ela nunca tinha tempo, quando tinha eu não podia.

Ela nunca se abrira comigo de verdade, era sempre, da parte dela, subentendido. Esses desencontros me levaram a acreditar que ela não queria – burro – e que ela estava me enrolando para não ter que me dizer um não. Até que, uns meses depois, comecei a namorar. Tamanha foi minha surpresa ante a reação dela com a notícia: me xingou de todos os palavrões do universo, ficou com muita raiva de mim, mas muita mesmo, e ficou também bastante triste. Foi aí que percebi o que não tinha percebido antes. Que erla queria, talvez não tanto quanto eu, mas que ela queria. Ficamos meses sem nos falar. Muito tempo depois, em uma atitude inédita, admiti que estava errado. Conversamos e voltamos a nos falar. Perdemos contato por umas semanas, até que terminei meu namoro. Triste pela separação mas feliz da vida pela chance de resolver isso de uma vez por todas, passo a mão no telefone e ligo pra ela. “Bom, Léo, to namorando”. Admito que as primeiras cinquanta palavras que passaram na minha cabeça foram palavrões. As outras cinquenta eram combinações de palavrões.

Um tempo depois ela terminou, fiocou um tempo solteira, mais desencontros, e ela voltou pro namorado. E continua com ele até o momento em que fecho esse texto. E eu aqui, pensando nela, falando com ela e lembrando por que eu era tão fascinado por aquele sorriso fácil e contagiante, e por aquele jeito de menininha desatenta que finge que não é com ela. Mas é com ela. Vai ser sempre com ela. E se um dia os desencontros pararem, escrevo aqui avisando a vocês, queridos leitores. Até por que, até o Charlie Brown ganha um beijo da menininha ruiva um dia. Nos sonhos dele, mas ganha...

terça-feira, 12 de junho de 2007

"Quem tem tem, quem não tem pensa na mãe..."

É, dia dos namorados aí, coisa e tal, namorados pra cá, apaixonados pra lá, fossa acolá, essa coisa toda. Como diz um amigo meu, "quem tem, tem, quem não tem, pensa na mãe". Então, eu, que não tenho, e não vou escrever sobre minha mãe, por que senão depois nego vai ficar me analisando e tal, vou falar sobre uma coisa que eu tenho, poucos e bons. Não, não to falando de nenhuma medida íntima minha, até porque, modéstia a parte, "poucos" não se adequaria aqui. To falando de amigos. Então aqui vai um textinho em homenagem a essas pessoas que nos aturam mesmo quandoe stamos sem muié, como é meu caso. E de repente até nos consolam de maneira mais, digamos íntima, quando amigos do sexo oposto. Ou do mesmo sexo, pra quem gosta, sem preconceitos, pessoal. Amplexos apertados e ósculos carinhosos.


Amizade


Amicus certus in re incerta cernitur. Nossos três leitores sabem que isso é latim e o que significa, mas vou dizer pro caso do pessoal ignorante daquele blogue pederasta passar por aqui pra buscar inspiração: os amigos certos, se descobre nas horas incertas. Sem dúvida, uma das frases mais verdadeiras sobre amizade. Amigo é aquele que quando você faz merda, antes de te consolar, se acaba de te zoar e te chamar de idiota, mas que depois vai ficar do seu lado, qualquer que tenha sido a merda. Amigo é aquele que quando você comete aquele mesmo erro imbecil pela milésima sétima vez não encosta sua cabeça no ombro dele pra te consolar. Isso qualquer estranho faz. O amigo de verdade vai rir pra caralho de você, depois vai de dar um esporro, dizer que você é um cretino cabeça dura, um imbecil completo, por que amigo de verdade fala a verdade. Amigo bajulador fala o que você quer ouvir, pra todo mundo pensar “nossa, como ele apóia o amigo!”.

O amigo de verdade, quando você chegar na casa dele desesperado por que a mulher da sua vida te deixou, vai até te consolar, mas vai falar que, pelo menos, ela era gostosa, mas que tem milhões muito mais gostosas. E menos problemáticas. Ele não tem medo de magoar, de falar a verdade. Ele vai dizer que te avisou, que você é um babaca teimoso desgraçado, mas vai te dar a maior força pra superar isso. Amigo não é só pra elogiar. Conhecidos fazem isso. É por isso que todos os nossos conhecidos nos acham “super-gente-boa!!”... Mas pra um amigo falar isso, é por que é verdade. Por que ele sabe de tudo. E mesmo assim é seu amigo.

Seu amigo fala que essa mulher não parece confiável, que sua camisa ta ridícula ou que você é egocêntrico. Você pode até não ligar pra isso – como eu faço – mas ele vai falar. Amigo é aquele que depois de anos sem se ver, te encontra como se tivesse passado um dia, e te trata como se vocês estivessem juntos esse tempo todo. Amigo é aquele que você entra na casa dele, come a comida dele, rouba os cds dele, ensina o filho dele a falar palavrão, chama as cunhadas dele de gostosas, zoa o cabelo dele, o nariz dele, e a roupa dele e, mesmo depois disso tudo, ele ainda escreve sobre você como se você fosse o melhor sujeito do mundo, ou age com você como se isso fosse verdade. Mas você sabe que não é. Ele sabe que não é. Afinal, ele é seu amigo. Mas amigo é pra isso. Amigo não é pra elogiar. Amigo é pra te xingar, fazer você enxergar a verdade, te chamar de imbecil, filho da puta, burro, teimoso e cabeça dura. Até por que, onde eles acertaram há um bom tempo, você insiste em continuar errando. E você erra, erra, erra e erra, e eles tão sempre lá, prá te dizer o quanto você é idiota, estúpido e metido a saber de tudo. Amigo é pra isso. Portanto, amigos, jamais parem de me chamar de imbecil, cabeçudo e cretino, por que eu nunca vou parar de roubar seus cds, comer nas casas de você, achar suas cunhadas e irmãs gostosas e zoar vocês! Romana Legio Omnia vincit.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Momento democracia

Pessoal, seguinte: Vou postar aqui embaixo umt exto que eu fiz prum anúncio all type, que é um anúncio só com texto. Dêem a opinião de vocês. E por favor, mesmo os puxa-sacos de plantão, sejam sinceros dessa vez, meu milhão antes dos trinta depende disso. Grato pela preferência. P.s.: as barrinhas duplas são pausas na narração.



"Ela te olha como se o mundo estivesse acabando em chamas e você fosse o último picolé de uva da padaria! // Com um misto de ternura, respeito, admiração e preocupação. // Ela te mima feito criança assustada com os fogos no ano-novo, e te afaga como quem afaga um gatinho na pet shop. // Ela te ama e te deseja como se você fosse quinze centímetros mais alto, dez quilos mais forte, tivesse olhos verdes e cinco dígitos a mais na conta bancária. // Positivos, claro... // Ela não liga pra sua barba por fazer e não reclama em te dividir com o Fluminense nas tardes de domingo. // E tudo o que ela pede é carinho, atenção e mãos-dadas, como se isso fosse um enorme sacrifício. // E quando vocês estiverem juntos, assistindo a esse comercial idiota e sentimentalóide, ela vai dizer: // “Nossa, que coisa linda. // Não é nada idiota. // E eu não sou nada disso que você falou... // Eu só te amo, seu bobo...”


No Dia dos Namorados, leve um pouco de humor para o seu relacionamento. // Humor, da Natura. // O Presente ideal para todos os dias de todos os namorados. // Por que rir a dois é muito melhor."