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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Ô boca!!!

Antes de mais nada, gostaria de dizer que não sei se minha digníssima namorada vai ficar feliz com essa iniciativa, portanto, meus sete leitores, me defendam se ela me bater.
Bom, esse texto foi uma caarta que eu escrevi pra ela há uns dois meses. Texto profético, leiam com atenção a ÚLTIMA LINHA. Ainda gnaho na megasena...




Bia,

Tem um texto do Artur da Távola, que eu até te mandei, que se chama “Ter ou não ter namorado”. O texto é foda. Aí eu resolvi escrever outro, mas só vou te entregar na segunda, se eu agüentar, claro, rs. Bom, vamos lá.



Ficar sozinho

Há pessoas que querem ficar sozinhas. Conheço várias. Homens, mais, e mulheres, em menor quantidade, mas sempre as mais belas. Os motivos são os mais variados: mágoas passadas, medo de mágoas futuras, vontade de ficar sozinho por ficar, são muitos. E o caráter das pessoas também. Nem todos os que querem ficar sozinhos querem esbórnia e uma vida desregrada pra sempre. Definitivamente, justificando meu quase plágio, uma pessoa que quer ficar sozinha, com certeza não leu Drummond.
Quem quer ficar sozinho é alguém que, como disseram as Escrituras, não sabe o que faz. Mesmo tendo eu que admitir que não estar sozinho é muito difícil, mesmo para os que não estão sozinhos. Ficar sozinho é não ter motivo pra sorrir quando passa na rua e ouve a música daquele seriado idiota que ela adora. É não ter por que sair correndo do trabalho pra ir de encontro a alguém. É não ter fuga em uma aula de Comunicação comparada – das mais chatas -, por que quem não está sozinho, numa situação dessas, escreve cartas, desenha corações, fica olhando pra cara do professor pensando no cinema de ontem, no jantar de anteontem ou nos filhos de amanhã.
Ficar sozinho é, depois de um dia infernal, não ter um cafuné te esperando em casa, acompanhado de uma massagenzinha e uma carga nova pra agüentar tudo no dia seguinte. É não sentir a outra pessoa te apertando forte quando te abraça, como se você fosse fugir a qualquer momento. É não sorrir que nem criança quando a outra pessoa pisca com os dois olhos como quem manda um beijo. É não ver, depois de um beijo, os olhinhos fechados dela por alguns segundos, como se você fosse o George Clooney e não acredita no que está acontecendo. Mas você não é George Clooney. E mesmo assim ela continua fechando os olhinhos como se não acreditasse. Gente sozinha tem isso, camarada?
Gente sozinha tem pra quem escrever um texto como esse? Tem não. Tem de quem ganhar bom-bom, beijo no olho e bilhetinho durante a aula? Que nada. E quando chove, venta e faz um frio danado, quem quer ficar sozinho faz o que? Alugar um filminho e ver abraçadinho é que não dá. E quando dá aquela angústia, aquela vontade de pegar um taco de basebol e arrebentar tudo que vê pelo caminho? Eles não têm alguém que os acalme só com um olhar terno, e faça você desistir dessa bobagem toda só por aquela pessoa está ali – por que, afinal, é isso que vale. Quem quer ser sozinho não sente o sorriso apaixonado do outro lado do telefone, não recebe mensagem de ninguém às três da manhã dizendo que tá morrendo de saudade nem gasta os tubos por que a amada mora em Pindamonhangaba e afinal de contas, você não pode dormir sem dar boa noite. E você paga a conta rindo, o dinheiro mais bem empregado do mundo.
Os sozinhos não sabem o que é ter que ir embora e encarar aquele olhar de cachorro que caiu do caminhão de mudança, e que te faz ficar mais duas horas, tendo que ter ido embora quatro horas atrás. Eles não conhecem a ansiedade de esperar alguém ligar a qualquer momento só pra dar um beijo. Nem andam na rua cantarolando e assoviando “carinhoso” depois de uma tarde de carícias e beijos apaixonados. Eles também não tem inspiração pra escrever um texto desses. Nem a sorte de terem um desse escrito só pra eles. Bom, essa parte não é verdade. Por que esse texto acaba de ser escrito pra umas dessas pessoas que querem ficar sozinhas. Mas no que depender desse humilde sozinho a contra gosto que vos fala, isso é por pouco tempo.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Ano novo, vida nova...

Enfim juntos. Há quatro dias e quinze horas, contando. Depois de muito tempo, muita enrolação, muita indecisão, muito texto romântico, muitos desencontros, enfim, muita água por baixo da ponte. Nos acertamos, e de uma maneira que nem eu esperava com meu otimismo mórbido de criança que pede um videogame no natal e começa a comprar as fitas em fevereiro. Nos acertamos como eu sempre quis que nos acertássemos, mas já tinha poucas esperanças que acontecesse. Mas aconteceu. Ela agora parece ter certeza absoluta do que quer. Eu já tinha há algum tempo. Arrisco até dizer que ela também, mas não sabia, ou não admitia. Que seja, nos acertamos. Barba, cabelo, bigode, buço descolorido e cera quente na virilha. No bom sentido, claro, senão ela me bate.
E a gente tem se dado tão bem que dá até pra desconfiar. Brincadeira. Mas estamos bem melhor do que eu esperava. E isso é ótimo. Ela ta tão feliz quanto eu. Tanto quanto. E a melhor parte: ela ta me tratando melhor do que menininha que troca garrafa por um peixinho. Me mima o tempo todo. Estamos namorando há pouco menos de uma semana, mas parece que são anos. O jeito com que nós nos tratamos, a intimidade que nós já temos, e, principalmente, o carinho que ela tem comigo, estão me surpreendendo de uma maneira ótima. E espero que não deixe de me surpreender nunca.
Não vou mentir: to apaixonado. De verdade. To louco por essa magricela com jeito de menininha com medo de trovão. Ainda hoje, quase uma semana depois, eu fico sem jeito quando ela se aninha no meu peito e fica fazendo carinho até dormir. Ou quando ela, de repente, me abraça forte como quem diz “não sai daqui nunca mais, garoto!”. E sem querer ser piegas, depois de tantos problemas que a gente teve, tanta gente contra, e tanto problema que ainda vamos ter, esse carinho todo é muito mais do que bem vindo. Há algumas semanas atrás, a situação entre nós dois tava mais feia do que briga de navalha, mais feia do que acidente de trem. Mas nós contornamos isso, e estamos aqui. Juntos, muito bem juntos, inclusive, e muito felizes. Felizes como há tempos eu não ficava, nem a via feliz desse jeito.
Bom, é isso. Nada de mais. Esse foi só um textinho pra começar o blogue. Ainda to meio atordoado com a gente... Estamos em lua de mel. Por uns, dez, quinze... anos! No mínimo. Não quero essa magrela chorona e bicuda longe de mim tão cedo. Tem um poeta chamado Khalil Gibran, que diz que “o amor é uma bela flor, à beira de um abismo. Só os que têm coragem de desafiar a possível queda, poderão deleitar-se com seu aroma”. Eu tive. E ela, há uns dias, também. E como eu sempre digo que é melhor morrer de pé, do que viver de joelhos, vamos fazer um pic nic à beira do abismo. Se cair, pelo menos colhemos a flor. Te amo, magrela. Boa sorte pra gente.